quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Dançar contigo foi a coisa mais bonita que fiz com os pes

As palavras esgotaram-se
E ainda nada foi dito
Há uma mágoa dentro de nós
Um amor que alguns julgam impossivel.
A lua é a unica coisa que temos em comum...
Talvez nem no mesmo céu ela se encontre...
E se ao menos o passado voltasse...
Para respirar de novo o mesmo ar que tu,
Para esperar de novo, o mesmo tempo que esperei...
Para ter a minha vida nas tuas mãos
Outra vez...
Ah, se o céu fosse nosso e as estrelas brilhassem...
Se pudesse ouvir de novo o teu silencio que me dizia
'Gosto de ti'...
Se pudessemos preencher o vazio com o nosso
Proprio vazio...cheios de nada...
Se as pedras das ruas por onde passamos pudessem falar...
E se o amor pudesse voltar, voltar e voltar...
E escrevo para ti...
Toda a vida...
Porque o tempo jamais acabará...

Joana

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Feiticeira

Ó meu amor, minha linda feiticeira
Eu daria a vida inteira,
Por um só beijo dos teus

Por teu amor, a minha vida era pouca
P’ra beberes da minha boca,
Num beijo de eterno adeus

Ó meu amor, sonho lindo este que eu tive
Única esperança que vive
Na minh’alma a soluçar

Por teu amor, eu morria de desejo
Deste-me a vida num beijo
E eu vivi por te beijar

Lua


Um dia ainda te vou cobrar a promessa de construir um edificio na lua com os nossos nomes :)

A ti, sempre

Depois de muito tempo a escrever na triste folha de papel branca que procurava alguem que preenchesse todo o seu espaço, achei por bem criar este blog... dedico-o a todos aqueles que têm um lugar ca dentro, a todos aqueles que fizeram um bocadinho de mim.
A ti, meu irmão, que um dia me ensinaste a encarar tudo de frente, que nunca criticaste nenhuma lagrima minha...q fazias guerras de almofadas comigo e me deixavas ganhar sempre...sim, a ti q ja partiste ainda nao sei bem para onde...Obrigada por teres existido, por teres feito parte da minha vida, por me teres ajudado a construir um caminho que tive de seguir sozinha...Amo-te por tudo o que um dia me ensinaste, porque para mim era como se fosses filho do mesmo pai e da mesma mae que eu tive.
A ti, meu amor, porque te soube deixar ir embora e ainda hoje te amo...amar-te-ei ate ao ultimo dia da minha vida. Porque no momento do meu ultimo suspiro, sei que vou dizer o teu nome, ou pelo menos, murmura-lo...bem baixinho...

Nao me deixes (tradução de ne me quitte pas)

Não me deixes
É preciso esquecer tudo
Tudo pode ser esquecido
Como o que já se foi
Esquecer o tempo
Dos mal-entendidos
E o tempo perdido
Em saber como
Esquecer essas horas
Que às vezes matavam
Com golpes de porquês
O coração da felicidade
Não me deixes

Eu, eu te oferecerei
Pérolas de chuva
Vindas de um país
Onde não chove
Eu atravessarei a terra
Até próximo à morte
Para cobrir teu corpo
De ouro e de luz
Eu erguerei um domínio
Onde o amor será rei
Onde o amor será lei
E tu serás (eu serei) rainha
Não me deixes

Eu vou te inventar
Palavras insensatas
Que tu compreenderás
Eu vou te falar
Daqueles amantes
Que por vezes viram
Seus corações se abraçarem
Eu vou te contar
A história de um rei
Morto por não ter
Podido te encontrar
Não me deixes

Por tantas vezes vimos
Ressurgir o fogo
Do antigo vulcão
Que se acreditava velho demais
Parece que ele tinha
Terras queimadas
Dando mais trigo
Que no melhor Abril
E quando cai a tarde
Para que o céu flameje
O vermelho e o negro
não se casam?
Não me deixes

Não me deixes
Eu não vou mais chorar
Eu não vou mais falar
Eu vou me esconder ali
Só para te ver
Dançar e sorrir
E a te escutar
Cantar e depois rir
Deixe que eu me torne
A sombra da tua sombra
A sombra da tua mão
A sombra do teu cão
Não me deixes...

Ne me quitte pas

Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
À savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
À coups de pourquoi
Le coeur du bonheure
Ne me quitte pas

Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas

Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants là
Qui ont vu deux fois
Leurs coeurs s'embrasser
Je te raconterai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas

On a vu souvent
Rejaillir le feu
De l'ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas
Ne me quite pas

Ne me quite pas
Je ne veux plus pleurer
Je ne veux plus parler
Je me cacherai là
À te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas

Jacques Brel

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Eu sei que vou te amar

Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida
Eu vou te amar
A cada despedida
Eu vou te amar
Desesperadamente
Eu sei que vou te amar...

E cada verso meu será
Prá te dizer
Que eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida...

Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa tua ausência me causou...

Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida...

Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida
Eu vou te amar
A cada despedida
Eu vou te amar
Desesperadamente
Eu sei que vou te amar...

E cada verso meu será
Prá te dizer
Que eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida...

Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa tua ausência me causou...

Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida...

sábado, 13 de dezembro de 2008

Adeus

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certezade que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Eugénio de Andrade